GartenGüt (O Jardim Dos Deuses)!

Lore: Essência.

Há muito tempo no passado, onde todas as coisas eram coisas e nada de importante regia, seres se levantavam do solo uniforme e sem vida olhando o próprio mundo, onde tudo era igual.

Eles olharam durante bilhares e bilhares de anos, se perguntando: como as coisas podiam ser diferentes, como eles próprios?

Então, no seu mundo de ideias, eles decidiram criar algo, por eles mesmos, morrendo assim para sempre, chamando a criação de Idea!

A Idea foi, e é, a primeira essência, que tornou coisas em algo e outras noutras, fazendo com que tudo se separasse e, ao mesmo tempo, se juntasse, formando novas coisas a partir disso e destruindo outras.

Dessas coisas criadas, vida! E, consequentemente, deuses! Que, sob a consciência viva dos mortais, se imortalizaram e, a partir disso, também criaram: mais essência e, sem entenderem, mais vida!

O ciclo imortal dos seres e dos deuses fora criado a partir do que cada coisa é, sendo este um ciclo de harmonia e paz que perdurou algumas centenas de milhões até que uma vida, automaticamente, surgiu.

GartenGüt (O jardim dos deuses)!

Capítulo IX – chötgor’dör!

XVIII – O ninho!

Na manhã do primeiro dia da segunda semana de brumário, August se levantava e se dirigia, com apenas um recado, para a bela dama que dormia despretensiosamente, para o parkett (N.A: Estábulos) na entrada da vila, cuja área abrangia mais de 7 zarts² com 27 Haus’pferds (N.A: casa de cavalos) que abrigavam 7 cavalos em cada. Mesmo desta forma e deste tamanho, o parkett ainda estava lotado, com os relinchares audíveis e pessoas passando, como numa feira de rua.

August, que estava vestindo uma armadura completa de couro, cujo ele havia comprado durante sua semana de folga por 67 moedas de cobre, passava por entre aquela bagunça até se aproximar da vigésima Haus, onde o seu cavalo se abrigava.

Este, de cor branca que refletia ao toque do sol, era estranhamente belo, como também mágico, bem parecido com um Gypsi Vanner (N.A: Caso não conheça), só que sem o pelo malhado.

August havia o nomeado de Beleuchtet (N.A: Iluminado) por conta do seu pelo e o criou desde que treinava no acampamento oculto, quando os dois ainda eram extremamente jovens.

vamos sair daqui, bom amigo! – August disse, enquanto lançava uma moeda de cobre para o beltraer (N.A: cuidador). Assim, ele tirou o seu cavalo dos estábulos e se lançou para a entrada da vila.

Lá, ele se encontrou com a daichin chamada Melinda’Götvhin, vulgo Metvina, que se vestia com uma armadura mista de placas de ferro e couro branco. Olhando para ela, August ficou bem impressionado.

bela armadura – ele disse enquanto admirava-a, dos pés à cabeça – ficou muito bem em você.

Metvina, cujo rosto rubescia, respondeu com um obrigado, disfarçadamente, enquanto elogiava a armadura barata de August também.

seus alforjes – Metvina perguntou, mudando um pouco de assunto – o que carrega nele?

suprimentos de todos os tipos, desde uma roupa reserva até ervas curativas, e você?

o mesmo!

já que é assim, vamos seguir viagem.

Então eles foram, entrando no bosque de arbustos, que mais parecia um mar esmeralda, com sua mata fechada mágica, onde nada passava, nem homens, nem feras, que se estendia por uns vinte zarts (N.A: Quilômetros) até chegar na parte da planície denominada Ikher’Seens, fronteira do território do Clã Fünder com o Clã Hülzs, onde dois enormes lagos se conectavam por um pequeno riacho.

Lá, August e Metvina subiram pela planície até a estrada da rota das caravanas, caminho usado pelos comerciantes de Narny’tsöl para viajar até as montanhas dos kleinis (N.A: kleinis), para comprar e vender.

Segundo a informação dada pelo autor da questão, o chötgor’dör havia incinerado uma caravana próximo de uma pedra de obsidiana no caminho leste, oposto aos lagos gêmeos.

Sendo assim, a dupla seguiu reto ao caminho do sol da manhã, pela estrada, durante algumas horas trotando, levemente, até chegar numa área com marcas de chamas.

Vendo isto, August e Metvina desceram de seus cavalos, para analisar a área.

um chötgor’dör é parecido com uma simples schalange (N.A: Cobra), por isso, quando luta, marca o chão com seu corpo em imolação! – August supôs, enquanto seguia as marcas a pé.

Nessa, ele já imaginava o comprimento do demônio e sua espessura, imaginando a batalha enquanto procurava vestígios e provas que vinha de suas ideias. Ao seu lado, Metvina também vasculhava o local, procurando, pelo menos, alguma pista de que havia uma caravana naquele local.

a caravana não foi atacada aqui – Metvina disse – porém, pode-se supor que uma batalha realmente foi travada!

August não fez comentários, apenas procurou na mata alta que crescia ao lado da estrada, algum cadáver, achando, no entanto, apenas um braço decepado, ainda fresco e cauterizado.

essa é uma área de caça! – August continuou – parece que as proles de um chötgor’dör estão se alimentando por aqui, sendo assim, temos que encontrar o ninho e destruir.

isso quer dizer, então, mais trabalho? Espero que nos paguem um adicional, ao menos … – Metvina terminou, tirando da sua cintura, uma espada curta brilhante.

XIX – O ninho!

Durante dois dias, August e Metvina catalogaram os locais de batalha dos chötgor’dör reduzindo a área de busca para enormes 4 zarts², que não facilitava, nem um pouco a vida da equipe para encontrar o ninho, forçando August a raciocinar um pouco, enquanto imaginava:

chötgor’dörinis odeiam água acima de tudo, então, como eles podem atacar, assim, tão próximo de um lago?

Na sua mente, nada fazia sentido, até se lembrar, de muito tempo atrás, quando ele se encontrava, num templo subterrâneo, com Élsser der Nero, que havia o concedido a espada do escolhido.

e se eles se esconderem abaixo da terra?

August começou a tatear o solo, encarando, um pouco decepcionado, para a imensidão verde de grama alta que havia nesta parte da planície.

não faria sentido de todo, a não ser que … eu esteja me enganando de alguma forma.

Próximo da fogueira, que o aquecia naquela noite gélida, August se aproximou da grama, alisando sua haste.

úmido! – August gritou mentalmente – talvez esse seja o nosso erro, pensar que eles caçam no mesmo lugar onde vivem …!

o que você está fazendo, pequeno fantasma? – saindo das sombras, Metvina perguntava.

você sabe se existe, em algum lugar por aqui, uma parte pelada? – August disse, enquanto via, em sua frente, Metvina corar, ficando parecida com uma bela maçã – ou melhor – ele decidiu recompor sua frase – sem esse irritante capim alto?

bem, tem um lugar no Clã Hülzs chamado Hülgel’Stein (N.A: Monte de pedra) e fica próximo daqui …

próximo quanto?

8 zarts … eu acho …

Assim sendo, eles esperaram até o amanhecer para sair daquele acampamento improvisado para averiguar o lugar chamado Hülgel’Stein.

*

eles realmente estavam aqui? – Metvina perguntou, com um rosto duvidoso.

felizmente sim, mas parece que saíram para caçar … – August respondeu, enquanto encarava, em sua frente, um ninho, com cascas de ovos abertos, feito de restos de capim seco misturado com ossos de animais e humanos.

então o que faremos?

vamos esperar num local seguro, pelo padrão de ataque, esses demônios não tem o costume de atacar tudo o que os seus sentidos interceptam, por isso, vamos descansar, em silêncio, contra aquelas pedras ali.

okay …

Era o terceiro dia de caça de August e aquela daichin chamada Metvina. A exaustão já exauria seus corpos deixando como fôlego apenas o pó do pó, por isso, descansar no mato não auxiliava nada para os dois perdidos em cansaço, fazendo apenas o estresse mental perdurar.

August, que retirava um pedaço de carne seca para comer, tentou, em sua mente inteligentíssima, buscar alguma palavra para relaxar a única integrante e, talvez, a si mesmo:

ei, Met … o que é força?

Surpresa com as palavras interrogativas de August, Metvina, que não se sentia mas tão confiante em reconquistar aquele que admirava, respondeu com um sorriso repentino:

ser forte é fazer o que bem entender … a bel-prazer …

August riu com a resposta. Ele normalmente se admirava com questões filosóficas e paradoxos complexos. Ouvir uma resposta tão infantil e rasa o fez sorrir, praticamente, instantaneamente!

se fosse assim, reis não seriam tão reféns de sua aristocracia …

talvez eles apenas não sejam poderosos o suficiente!

Ha! Você tem razão …

August se calou, vendo que não tinha saco pra entrar numa discussão séria com uma criança. Sua pretensão não sentia que ela era do mesmo nível que ele, por isso, ele apenas fechou seus olhos enquanto respirava tranquilamente a brisa da tarde.

ei – Porém, Metvina que deitava ao seu lado não havia satisfeito todo o seu eu por completo, pondo, no ventilador, algo que já desejava perguntar a tempo: – quem era aquela menina?

Tentando compreender as palavras de Metvina, August respondeu alguma coisa imprecisa com um sorriso, todavia, aquela daichin apenas desejava ouvir o que fosse verdadeiro, nada mais, nada menos.

me diga a verdade, o que você tem que esconder? Ela é sua amante? Sua prometida? Uma brincadeira?

Sem paciência, August viu que precisava responder, simplesmente aquela curiosa, com a resposta mais honesta que ele poderia buscar:

ela não é ninguém senão a diva do meu destino!

Metvina desfez seu sorriso forçado, tentando entender as palavras de August, porém sua imaginação não permitia criar uma mentira pomposa para enganar a si mesma naquele momento.

então vocês são prometidos? – ela perguntou desencorajada.

talvez! No entanto, por mais amantes que tenhamos, ou associados, nós ainda teríamos que está próximos um dos outros, pois nossos destinos foram entrelaçados!

isso quer dizer?

Modna’Götvhin pode está com quem quiser, assim como eu, no entanto, ainda estaríamos relacionados por algo maior do que nós mesmos …

ainda não entendo!

bem, essa apenas pode ser respondida pelos deuses …

mas …

cale-se agora, acho que temos convidados!

Atrás da pedra da qual o grupo se escondia do sol, o silvar de uma schalange se ouvia junto ao som de arrastar. August entendeu, logo de cara, o que era e o que fazer, calando a menina ao seu lado, tão logo pode, enquanto retirava da bainha, uma espada genérica que ele havia pego num dos baús de seu isä.

XXX – As chamas, enfim, apagadas!

Saindo de trás da pedra, em posições contrárias, August e Metvina forçaram um ataque em pinça contra o chötgor’dör em sua frente que, com sua pele levemente vermelha e uma crina flamejante, baforou, no susto, chamas carmesins como uma torreta de fogo.

huh!

Metvina pulou no susto, caindo no chão e rolando, enquanto August apenas redirecionou, levemente, seus passos. Ele não sabia o tempo e nem a mortalidade das chamas, mas sabia, ao menos, que aquele fogo não poderia ser dividido em dois, sendo, no entanto, apenas dirigido para um, que seria aquele que mais passasse perigo para o pobre demônio de fogo.

Metvina, levante-se – Gritou August que desviava das chamas entre as pedras ao redor – eu não posso continuar assim por muito tempo.

Metvina, que estava olhando para as chamas que enegreciam as rochas ao redor, sob aquele céu rosa de fim de tarde, se levantou com sua espada e correu em zigue-zague para o chötgor’dör que já entrava em imolação, tornando-se um apenas com as chamas que cuspia.

ah!

Ela atacou então, com uma estocada, na barriga da fera, penetrando sua carne macia enquanto August saía de trás de uma pedra e decepava de vez a cabeça da mesma, que cessava suas chamas e deixava espirrar, naquele belo céu rosado, o sangue vermelho que caía ao solo ruidosamente junto de uma cabeça.

só isso?

não!

Ao mesmo tempo, subindo a colina, dois outros demônios apareciam, tacando fogo nas rochas próximas, enquanto August e Metvina se escondiam.

o que faremos agora?! – Metvina gritou!

distrai o da esquerda, enquanto eu mato o da direita!

Assim, outra vez, August saiu de seu esconderijo enquanto se lançava de frente para o chötgor’dör eriçado em suas próprias chamas, desviando do cálido cuspe que tornava pedras em carvão.

Do outro lado, Metvina se escondia em meio as rochas, correndo e rolando, de um lado pro outro naquela selva petrificada, enquanto seus olhos se cegavam com o brilho excessivo das chamas que explodiam por toda parte.

Ainda na batalha, a silhueta das cobras dentro de suas próprias chamas desaparecia, fazendo com que o sopro de chamas cessassem, enquanto as cobras, em imolação, se jogassem para uma batalha de presas e espadas.

Metvina não estava preparada para tal, visto que no primeiro ataque, já havia tremido até a base, deixando arranhar em seu braço, a pele em chamas do demônio. August, no entanto, aproveitava a estranha oportunidade e retirava do corpo, daquela que chegava em sua frente, a cabeça, num suave movimento natural de braços e pernas, como se seguisse uma linha invisível.

Dano Fatal”

Vendo a cabeça derrubada, August se virou e olhou para Metvina, que aparentava está encurralada contra uma rocha, mas que, todavia, desviava das mordidas sucessivas daquela fera, até, por fim, enfiar, de forma bruta, sua espada dentro da bocarra daquele demônio, que desfaleceu no apagar de suas chamas!

só isso? – Metvina perguntou enquanto suspirava. Por mais que tenha sido atacada, brevemente, pelas chamas daquela cobra de mais de cinco metros de comprimento e trinta centímetros de largura, ela não sentiu nenhuma dificuldade específica, já que, tirando aquele irritante cuspe flamejante, o demônio não tinha tantos trunfos, sendo, em combate corpo a corpo, tão previsível quanto qualquer outro animal, para o desânimo de ambos.

– aparentemente sim – August respondeu – por mais animador que isso deveria ser …

– não me sinto tão animada, esperava algum desafio a mais … – Metvina indagou, enquanto limpava o sangue de sua espada.

– arranca a cabeça dessa e vamos embora … a recompensa por nosso trabalho é bem alta, por isso não vamos reclamar de todo.

– sim …

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